O programa Escola Promotora de Saúde (EPS) da Affordable Health Initiative (AHI) está sendo implementado no Brasil em consonância com a iniciativa “Tornando cada escola uma Escola Promotora de Saúde” da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Todas as crianças tem direito à saúde e educação de qualidade
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O objetivo da AHI é criar oportunidades para que crianças socialmente vulneráveis tenham ferramentas emocionais, sociais e físicas semelhantes as das crianças menos vulneráveis, bem como apoiar o acesso a uma boa condição de saúde (física e mental) e à educação de qualidade. O modelo EPS proposto pela AHI constitui-se de uma abordagem abrangente envolvendo toda a comunidade escolar.
Modelo de Escola Promotora de Saúde da AHI
A Affordable Health Initiative (AHI) propõe uma abordagem escolar abrangente que vai além da escola para a comunidade. A iniciativa incorpora os princípios da Carta de Ottawa (Ottawa Charter) e oferece um modelo operacional simples, escalável e sustentável para a iniciativa de Escolas Promotoras de Saúde (Health Promoting School) da Organização Mundial de Saúde.
O modelo de Escolas Promotoras de Saúde da Affordable Health Initiative (EPS AHI) consiste de uma abordagem voltada as comunidades carentes e tem potencial de promover saúde e educação.
As Escolas Promotoras de Saúde (EPS) foram reconhecidas como um veículo estratégico para promover o desenvolvimento positivo. Sabe-se que saúde e educação estão fortemente relacionadas. Crianças saudáveis obtêm melhor desempenho na escola, o que por sua vez, está associado à uma melhor condição de saúde na fase adulta da vida. Existe evidência que sugere que intervenções de saúde promovidas nas escolas podem impactar positivamente na redução do índice de massa corporal (IMC) dos estudantes, no aumento da atividade física e do preparo físico, no consumo de frutas e vegetais, na redução do uso de cigarro e nas queixas de bullying1.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a UNESCO lançaram uma iniciativa denominada “Tornando cada escola uma Escola Promotora de Saúde”, por meio do desenvolvimento e estímulo à padrões globais de Escolas Promotoras de Saúde (EPS)2. A iniciativa objetiva atender mais de 2,3 bilhões de crianças em idade escolar e contribuirá para a meta do 13º Programa Geral de Trabalho da OMS de alcançar 1 bilhão de vidas mais saudáveis até 2023.
A definição da OMS para escola promotora de saúde é aquela que fortalece constantemente sua capacidade de ser um ambiente saudável para viver, aprender e trabalhar. Uma EPS é uma comunidade escolar que age e prioriza a criação de um ambiente que terá o melhor impacto possível na saúde dos alunos, funcionários e na comunidade escolar em geral. A EPS age para promover e proteger a saúde dos seus membros, onde a saúde abrange as dimensões do bem-estar social, físico, intelectual, mental e emocional. A abordagem das EPS aplica os princípios e estratégias de ação da Carta de Ottawa ao ambiente escolar3. Apesar deste conceito ter sido articulado pela OMS, UNESCO e UNICEF em 1992, apenas alguns países implementaram com sucesso a EPS em escala, possivelmente devido a falta de um modelo operacional simples e abrangente.
Apesar do conceito de EPS ter sido definido pela OMS, UNESCO e UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em 1992, apenas alguns países implementaram, com sucesso, a estratégia em larga escala (https://www.who.int/maternal_child_adolescent/adolescence/making-every-school-a-health-promoting-school/en/). Provavelmente, isso se deve a carência de modelos operacionais que incorporem o conceito de EPS.
O modelo EPS da Affordable Health Initiative (AHI), foi desenvolvido baseado na premissa de que, no início da vida, a boa educação e um bom funcionamento e ambiente familiar equilibram os efeitos nocivos da má condição social através do desenvolvimento de atributos sócio psicológicos positivos como resiliência, confiança e autoestima, que por sua vez facilitam a adoção de comportamentos saudáveis que promovem o capital da saúde e levam a uma melhoria no rendimento escolar, levando a um bom estado de saúde na adolescência e, mais tarde na vida, a melhores oportunidades de emprego e mobilidade social ascendente. A AHI reconhece que a dotação genética desempenha um papel importante no capital de saúde, mas isso não é modificável. Portanto, o modelo EPS da AHI enfoca ações em fatores de proteção a saúde modificáveis e capazes de promover a saúde em populações de baixa renda.O modelo de EPS da AHI utiliza de uma abordagem contínua e incremental por idade que inclui, inicialmente, as crianças matriculadas no ensino fundamental, e que são mantidas no programa ao longo da vida escolar, e a cada ano inclui um novo coorte de crianças matriculadas no primeiro ano do ensino fundamental.
O modelo de EPS da AHI consiste em quatro componentes interligados que são educação, atividades de promoção da saúde, serviços de saúde e engajamento comunitário. As atividades se complementam e impactam em vários resultados de saúde e educação. EPS AHI inclui 11 intervenções individuais: ensinamentos em saúde e em habilidades para a vida, palestras noturnas, jogos de perguntas e respostas noturnos, jogo do detetive da saúde; pausas para atividade física em sala de aula, deslocamento ativo, práticas básicas de higiene, treinamento e participação em torneios esportivos, jardinagem, distribuição de alimentos saudáveis; assistência primária a saúde (cuidados médico-odontológico.
1. Ensinamentos em saúde
Objetivo: Essas atividades visam fornecer o acesso a conhecimentos, crenças, habilidades, atitudes e valores relacionados à saúde. Esta atividade concentra-se no desenvolvimento da conscientização sobre comportamentos de risco relacionados à saúde.
Justificativa: O baixo nível de conhecimento em saúde é um obstáculo à adoção de um estilo de vida saudável, especialmente para pessoas que vivem em comunidades de baixa renda, que estão sob maior risco de doenças e suas complicações (Phelan et al., 2010).
Prática: Um tema associado ao conhecimento sobre a saúde será abordado mensalmente. A escola devera alocar 45 minutos por semana do tempo de ensino escolar para cada turma para executar esta atividade. Esta atividade pode ser conduzida por professores/as da escola ou pelo coordenador/a de atividades escolares, que atuará como instrutor desta atividade. A interação com as crianças não deve ser autoritária e a atitude de “culpar a vítima” deve ser evitada. Deve-se ouvir os desafios para adotar um estilo de vida saudável em uma comunidade de baixa renda e ajudar a identificar soluções que facilitem a mudança de comportamento. Com uma abordagem inovadora esta atividade será realizada através de quatro sessões de 45 minutos cada. Na primeira sessão serão apresentados vídeos seguidos de jogos de perguntas (Quiz) relacionadas a temática da atividade e os vídeos mostrados. A equipe local da AHI fara a seleção de vídeos educativos e de perguntas baseado nos objetivos de aprendizado do tema e apropriados a cultura local e idade das crianças. Os jogos de perguntas propiciam a avaliação do conhecimento adquirido sob a forma de jogo facilitando identificar lacunas de conhecimento. A segunda sessão inclui um debate para oferecer às crianças da escola uma oportunidade de expressar suas opiniões sobre o tema. A terceira sessão consiste em uma discussão temática em grupo. Nesta sessão, o/a professor/a irá interagir com as crianças para identificar barreiras e soluções para traduzir as informações apresentadas em prática; e para abordar as lacunas de conhecimento identificadas no jogo de perguntas. Ele/a tentará gerar uma discussão animada dentro dos grupos para identificar barreiras e facilitadores para mudança de comportamento ou solidificação de bom comportamento. Na quarta sessão, as crianças individualmente elaborarão um objetivo de vida mais saudável.
2. Ensinamentos em habilidades para a vida
Objetivo: Essas atividades visam promover aspiração, resiliência, mecanismos de ajuda para a melhora das habilidades de manejo da vida, resiliência, habilidades sociais, coesão social e prevenir a violência e a radicalização. Essas atividades visam também inspirar as crianças a serem determinadas e confiantes de que podem ter sucesso na vida. Essas atividades visam também inspirar as crianças a serem determinadas e confiantes de que podem adotar uma vida saudável e ter sucesso na vida.
Justificativa: Atividades que aumentam os atributos listados acima podem levar a uma melhor saúde mental e bem-estar, o que facilita a adoção de hábitos saudáveis, melhor saúde física e maior aprendizado entre as crianças da escola e suas famílias. Já a baixa aspiração, resiliência, habilidades sociais, coesão social e estratégias de enfrentamento à problemas podem levar ao desinteresse pela vida e aprendizado, maus hábitos, violência e radicalização de crianças.
Prática: Um tema associado a habilidades para vida será abordado mensalmente. A escola devera alocar 45 minutos por semana do tempo de ensino escolar para cada turma para executar esta atividade. Esta atividade pode ser conduzida por professores da escola ou pelo coordenador de atividades escolares. A prática destas atividades é semelhante a prática descrita acima para os ensinamentos em saúde. Porem o tema apresentado será associado a promover aspiração, resiliência, estratégias de sobrevivência, habilidades sociais, coesão social e prevenir a violência e a radicalização.
3. Palestras noturnas
Objetivo: O principal objetivo desta atividade é motivar as crianças e seus pais a se esforçarem para descobrir seu verdadeiro potencial e superar suas dificuldades. Esta atividade visa consolidar o conhecimento em saúde e em habilidades para a vida das crianças e disseminar este conhecimento para suas famílias e toda a comunidade para promover a saúde física e mental, bem-estar e habilidades para a vida. O foco dessas atividades é oferecer acesso a conhecimentos, crenças, habilidades, atitudes e valores relacionados à saúde, desenvolver uma melhor compreensão do ambiente circundante, em particular, os riscos à saúde, e promover aspiração, resiliência, habilidades de manejo da vida, habilidades sociais, coesão social e prevenir a violência e a radicalização.
Justificativa: a AHI reconhece a importância do envolvimento dos pais / comunidade nas atividades escolares como estabelecido os princípios da Carta de Ottawa (http://www.who.int/healthpromotion/conferences/previous/ottawa/en/index4.html). Além de disseminar os mesmos valores, conhecimentos, atitudes e comportamentos na escola e na comunidade, o envolvimento dos pais facilita a prática, em casa, dos ensinamentos recebidos pelas crianças na escola.
Prática: Esta atividade noturna com duração máxima de 90 minutos não interfere com o tempo de ensino escolar. Esta atividade pode ser coordenada por um professor da escola ou pelo coordenador de atividades da AHI na escola. O organizador identificará palestrantes adequados ao propósito e os convidará para dirigir-se a uma assembleia na escola. Um convidado ideal é aquele que serve como um exemplo dos valores, atitudes e comportamentos associados a um papel específico. Palestrantes de origem humilde, bem-sucedidos em diferentes empregos e com experiência de vida interessante, servem bem a esse respeito. As palestras de modelos positivos influenciam as ações das pessoas. Modelos positivos estabelecem padrões para o comportamento de uma pessoa. Portanto, é importante expor as pessoas a bons exemplos. As crianças devem ver no palestrante um modelo em potencial relevante para suas vidas de alguma maneira. Toda a comunidade escolar e, em particular, todas as crianças matriculadas no programa e suas famílias são convidadas e motivadas a participar das palestras.
4. Jogos de perguntas e respostas noturnos
Objetivo: Esta atividade também visa consolidar o conhecimento em saúde e em habilidades para a vida das crianças e disseminar este conhecimento para a comunidade visa levar a comunidade conhecimentos para promover a saúde física e mental, bem-estar e habilidades para a vida entre as crianças em idade escolar, e principalmente atingir suas famílias. O foco dessas atividades é desenvolver uma melhor compreensão dos riscos à saúde e melhor conhecimento sobre saúde, mecanismos de ajuda para a melhora das habilidades de manejo da vida, resiliência, estratégias de sobrevivência, habilidades sociais, coesão social e prevenção da violência e radicalização.
Justificativa: O Programa AHI reconhece a importância do envolvimento dos pais / comunidade nas atividades escolares como estabelecido os princípios da Carta de Ottawa (http://www.who.int/healthpromotion/conferences/previous/ottawa/en/index4.html). Além de disseminar os mesmos valores, conhecimentos, atitudes e comportamentos para toda a comunidade, o envolvimento dos pais ajuda a consolidar a aprendizagem das crianças durante as atividades extracurriculares desenvolvidas durante o horário escolar. Os jogos de perguntas propiciam a avaliação do conhecimento adquirido nas palestras sob a forma de jogo facilitando identificar lacunas de conhecimento.
Prática: Esta atividade noturna com duração máxima de 90 minutos não interfere com o tempo de ensino escolar. Esta atividade pode ser coordenada por um professor da escola ou pelo coordenador de atividades da escola. O jogo de perguntas é um teste de conhecimento sob a forma de competição entre indivíduos ou equipes como forma de entretenimento. O organizador elaborará questionários que incluem perguntas sobre habilidades para a vida e assuntos relacionados à saúde, como dieta, práticas de higiene, sinais, sintomas e causas de doenças, atividades físicas. As perguntas são apropriadas ao nível de educação do público e pertinentes ao tema abordado no questionário. Cada jogo será composto por 25 perguntas. O instrutor concluirá esta atividade, fornecendo a resposta correta para cada pergunta e também uma breve explicação sobre a resposta correta. A equipe local da AHI fara a seleção de perguntas baseado nos objetivos de aprendizado do tema e apropriados a cultura local e idade das crianças.
5. Jogo do detetive da saúde
Objetivo: Este jogo visa consolidar o conhecimento em saúde entre as crianças em idade escolar e disseminar o conhecimento em saúde para a comunidade. O foco dessa atividade é desenvolver uma melhor compreensão do ambiente circundante e os riscos locais à saúde, em particular aplicar os conhecimentos obtidos nas atividades educativas voltadas para a saúde através de um exercício pratico em epidemiologia.
Justificativa: O Programa AHI reconhece a importância do envolvimento dos pais / comunidade nas atividades escolares como estabelecido os princípios da Carta de Ottawa (http://www.who.int/healthpromotion/conferences/previous/ottawa/en/index4.html). Além de disseminar os mesmos valores, conhecimentos, atitudes e comportamentos para toda a comunidade, o envolvimento dos pais ajuda na disseminação de conhecimentos à comunidade. O jogo promove não apenas a compreensão das causas das doenças (por exemplo, transmissão de micróbios), mas também insights e resolução de problemas sobre as causas das causas da doença e como evitá-la. Por exemplo, a transmissão de bactérias é a causa proximal de muitas doenças infecciosas. A falta de saneamento, água tratada e higiene são as causas das causas da transmissão bacteriana. A lavagem das mãos e outras práticas de higiene ajudam a impedir a transmissão de bactérias (prevenção ao crime).
Prática: Esta atividade não interfere com o tempo de ensino escolar. O jogo de “detetive da saúde” trata-se de um exercício epidemiológico em que as crianças em parceria com seus familiares assumem o papel de um detetive e buscam “pistas” ambientais e comportamentais de causas de doenças em sua casa, escola e comunidade. A equipe local da AHI identificará doenças comuns (por exemplo, doenças infecciosas) na localidade e oferecerá pistas sobre sua causa. Esta atividade pode ser coordenada por um professor da escola ou pelo coordenador de atividades da escola. O instrutor fara uma apresentação vespertina explicando as regras do jogo para as crianças e suas famílias com duração máxima de 90 minutos. O instrutor define o exercício e instrui as crianças sobre essa atividade. Depois, ele/a instruirá as crianças e sua família sobre onde e como procurar as causas da doença estabelecida no exercício. O instrutor usará o “data show” para explicar o exercício (primeira sessão) e fornecerá uma cópia impressa para todos os participantes do jogo. Isso incluirá espaço para registrar informações sobre os perigos ambientais e os comportamentos de risco associados à doença definida no exercício. As crianças, em parceria com os pais, assumem o papel de detetive e buscam pistas ambientais e comportamentais que causam a doença (investigando como se fosse um crime) no ambiente doméstico, escolar e/ou localidade. Eles terão dois meses para concluir esta tarefa e retornar o formulário de registro preenchido. Após (segunda sessão), todos os participantes se reunirão para trabalhar juntos, sob a orientação do instrutor, para organizar e analisar as informações coletadas (solucionar o crime) e identificar possíveis soluções para evitar a ocorrência de novos casos da doença (prevenção de crime).
6. Práticas Básicas de Higiene
Objetivo: Esta atividade visa consolidar os ensinamentos para saúde (higiene) e melhorar a efetividade das atividades educacionais de mudança de comportamento com o objetivo de proteger os escolares e sua comunidade da transmissão de doenças infecciosas, inclusive a prevenir cárie dentária e doença periodontal.
Justificativa: A lavagem supervisionada diária das mãos e de escovação dentária são componentes fundamentais nas práticas básicas de higiene. O acesso à educação e à informação a respeito da transmissão de bactérias é parte vital do modelo EPS da AHI. Porem, a educação em saúde, isoladamente, não é efetiva em comunidades vulneráveis. Seria ingênuo esperar que somente a aquisição de conhecimento poderia levar a um estilo de vida saudável nestas comunidades. O modelo EPS da AHI lança mão de repetitivas práticas diárias de higiene nas escolas para ajudar a mudança e consolidação de comportamentos saudáveis. A lavagem supervisionada diária das mãos e de escovação dentária são componentes fundamentais nas práticas básicas de higiene. Esta atividade de grupo usa o poder positivo de normas sociais e de encorajamento para fortalecer ações saudáveis. As práticas básicas de higiene da AHI estão alinhadas com a abordagem “WASH” da UNICEF em escolas (Fundo das Nações Unidas para a Infância) (Water, Sanitation and Hygiene – WASH; Água, Saneamento e higiene - https://www.unicef.org/wash/. Adicionalmente, a AHI inclui escovação supervisionada dos dentes com creme dental fluoretado, que significativamente previne cárie dentária (Petersen e Lennon, 2004). As práticas de higiene nas escolas são baseadas no modelo da UNICEF – WASH (Água, Saneamento e Higiene), uma iniciativa de saúde bem estabelecida, projetada para melhorar a eficácia dos programas de mudança de comportamento de higiene. A escovação supervisionada com creme dental fluoretado foi adicionada às práticas de Higiene adequada protege os escolares e suas comunidades de se contaminarem e propagarem doenças. Práticas inadequadas, por sua vez, podem facilitar a transmissão de germes causadores de doenças pela via direta fecal-oral, ou pessoa a pessoa ou pessoa animal, ou indiretamente por vetores de contato com pessoas ou seus alimentos, pessoas respirando em ambiente contaminado por germes ou se alimentado de comida contaminada. Sabe-se, ainda que uma higiene pobre leva ao acúmulo de bactérias na boca. A transmissão bacterina leva à contaminação dos alimentos, gastroenterites, diarreia causada por campylobacter, pneumonia e infecções de pele. A transmissão viral leva à COVID-19, hepatite A, gastroenterites, gripes e resfriados. A transmissão parasitária leva à pediculose, sarna, ancilostomose e lombriga. A falta de saneamento básico, água tratada e higiene são causas de transmissão de bactérias.
Prática: Imediatamente antes do início das aulas e antes das refeições escolares as crianças lavarão as mãos. Imediatamente antes do início das aulas e apos a refeição principal as crianças escovarão os dentes. A escola deverá alocar 12 minutos por dia para cada turma para executar esta atividade. Isso, assumindo 30 crianças por classe, 15 pias e 6 minutos para cada criança cumprir a tarefa. A escola deverá possuir um tanque grande com várias pias e torneiras, recipientes com sabão líquido e papel toalha ao lado de cada torneira para a realização desta atividade. Cada criança receberá um kit de higiene bucal contendo creme dental fluoretado com 1.100 ppm de flúor e uma escova de dente. O kit conterá a identificação da criança e será mantido em sala de aula. Cada criança pegará o seu kit de higiene bucal com o/a professor/a para fazer a escovação, sob supervisão, utilizando o mesmo espaço para a lavagem das mãos. A técnica de escovação, bem como a quantidade de creme dental a ser utilizado será ensinada na primeira sessão prática de escovação supervisionada. As crianças também receberão informações sobre a quantidade adequada de sabão a ser utilizada, sobre a forma correta de lavagem das mãos e sobre a quantidade de papel toalha necessária para secagem das mãos por professores/as envolvidos na atividade. Tanto o sabão quanto o kit de higiene bucal serão fornecidos de forma contínua. Além disso, o coordenador de atividades da escola deverá verificar a limpeza geral da escola uma vez por dia e a limpeza do banheiro antes e depois das aulas pela manhã e tarde. Os dados devem ser inseridos em um diário de campo. Toda a equipe de funcionários da escola (diretora, professores, auxiliares, merendeiras e equipe da limpeza) também receberá treinamento para que entendam a importância das práticas básicas de higiene e estejam motivadas a ser um agente ativo no processo de mudança de hábitos dos participantes.
7. Pausas na aula para realização de atividade física em sala de aula
Objetivo: Esta atividade visa proporcionar uma oportunidade para que as crianças em idade escolar sejam fisicamente ativas de uma forma divertida e eficaz.
Justificativa: Os programas de atividade física escolar são necessários para que as escolas possam garantir aos alunos 60 minutos ou mais de atividade física vigorosa a moderada por dia. Os níveis de atividade física das crianças estão diretamente relacionados às oportunidades que eles têm de estar ativos. Atividades físicas tem um efeito positivo significativo na saúde física e mental, além de serem gratuitas, fáceis de implantar e divertidas (https://www.nhs.uk/live-well/exercise/exercise-health-benefits/). As atividades físicas aumentam a autoestima, melhoram o humor, a qualidade do sono e a energia, além de reduzir o risco de estresse, depressão, demência e muitos outros problemas de saúde (https://www.rcpsych.ac.uk/mentalhealthinfo/treatments/physicalactivity.aspx). Os níveis de atividade física das crianças estão diretamente relacionados às oportunidades que eles têm de estar ativos. Os programas de atividade física não são nem equivalentes nem substitutos da educação física, mas ambos podem contribuir significativamente para o desenvolvimento físico e mental das crianças.
Prática: O programa de atividades físicas da AHI é um programa comportamental escolar, enquanto a educação física escolar é um programa instrucional. Esta atividade deve ser conduzida por professores/as da escola. A AHI adota uma estratégia flexível de baixo custo para aumentar a atividade física de uma forma divertida e eficaz e atingir os 60 minutos de atividade física diária recomendada. Um modelo típico de EPS da AHI oferece atividades físicas por meio do deslocamento diário ativo supervisionado para a escola (500 m) e da escola (500 m) até um ponto de encontro (30 minutos/dia) e pausa para atividade física em sala de aula (30 minutos/dia). O deslocamento ativo diário deve ser supervisionado por adultos voluntário da escola e/ou um pequeno grupo de pais (proporção de 1 adulto para 6 crianças). A pausa para a atividade física em sala de aula deve ser realizada por professores da escola. Portanto, a escola deve alocar 30 minutos por dia de ensino escolar para pausa diária para atividade física em sala de aula. Estas atividades físicas são oferecidas através brincadeiras diárias em sala de aula (3 pausas de 10 minutos/dia).
8. Torneios esportivos
Objetivo: Esta atividade visa desenvolver interesse por esportes e aumentar as oportunidades para realizar atividades físicas.
Justificativa: Esportes, incluindo artes marciais, são atividades físicas que tem um efeito positivo significativo na saúde física e mental, além de serem gratuitas, fáceis de implantar e divertidas (https://www.nhs.uk/live-well/exercise/exercise-health-benefits/). As atividades físicas aumentam a autoestima, melhoram o humor, a qualidade do sono e a energia, além de reduzir o risco de estresse, depressão, demência e muitos outros problemas de saúde (https://www.rcpsych.ac.uk/mentalhealthinfo/treatments/physicalactivity.aspx).
Prática: Esta atividade consiste em organizar e realizar sessões alternadas de treinamento e torneios esportivos durante os finais de semana. Esta atividade com duração de 2 horas por semana requer recursos especiais, incluindo um educador físico qualificado. Esportes, incluindo artes marciais, são atividades físicas ideais para a realização de torneios. Pode-se incluir esportes individuais ou coletivos. A seleção de esportes é baseada na disponibilidade de instalações e equipamentos e em um treinador experiente. Idealmente, o educador físico deve se concentrar em um pequeno número de esportes, organizar e executar sessões de treinamento e torneios internos da escola e participar de competições escolares. Os pais devem ser convidados a participar das competições de fim de semana como espectadores para apoiar seus filhos e desfrutar da atividade como forma de entretenimento.
9. Jardinagem
Objetivo: Esta atividade visa desenvolver interesse por preservar a natureza, e aumentar as oportunidades para realizar atividades físicas.
Justificativa: Assim como esportes e pausa para atividade físicas, jardinagem é uma atividade física tem um efeito positivo significativo na saúde física e mental. Além disso, estimulará as crianças a incentivarem seus familiares a implementarem hortas doméstica a fim de melhorar a qualidade de sua dieta.
Prática: A jardinagem pode ser realizada por um jardineiro da comunidade local ou professor/a da escola. A escola deverá oferecer jardinagem duas vezes por semana alocar.90 minutos (2 x 45 minutos) por semana para cada turma para executar esta atividade.
10. Distribuição de alimentos saudáveis
Objetivo: Essa atividade visa facilitar uma mudança de comportamento para promover um comportamento alimentar saudável. Esse componente do AHI não apenas visa melhorar a dieta em comunidades de baixa renda, como também reduzir o desperdício de alimentos e o impacto do desperdício de alimentos no meio ambiente.
Justificativa: Dieta é um dos principais determinantes de saúde. Educação em saúde, por si só, não é eficaz para promover a saúde em comunidades de baixa renda. Isoladamente, a aquisição de conhecimento não leva a um estilo de vida saudável em comunidades carentes porque adotar um estilo de vida saudável envolve o acesso a recursos não disponíveis em comunidades carentes (Phelan et al., 2010). A dieta humana passou por uma grande mudança devido aos alimentos processados, e o ritmo da mudança na dieta parece ter se acelerado em diferentes graus em diferentes países (Popkin, 2006). O rápido crescimento do varejo, o aumento do consumo de alimentos e bebidas processados, juntamente com a mudança de uma dieta tradicional, tiveram um grande impacto negativo na saúde global.
Prática: Esta é uma atividade fora do horário escolar, portanto, a escola não precisa alocar tempo para ela. A AHI promove a distribuição de alimentos saudáveis para as famílias das crianças matriculadas no programa EPS. A distribuição de alimentos será realizada em colaboração com as abordagens existentes, por exemplo, adotadas pelos membros da Rede Global de Bancos de Alimentos. O coordenador de atividades escolares organizará a coleta, armazenamento em um banco de alimentos e a distribuição de alimentos às escolas para melhorar as refeições escolares, bem como a distribuição para as famílias terem acesso a uma dieta doméstica saudável.
11. Assistência primária a saúde:
11.1 Cuidado odontológico
Objetivo: Visa melhorar a saúde oral por meio da oferta de serviço odontológico no ambiente escolar.
Justificativa: Condições de saúde bucal representam um desafio muito sério de saúde para a população e tratamento dentário tende a ser negligenciado. Achados do estudo Global Burden of Disease (GBD) mostraram que quase metade (prevalência padronizada por idade: 48%) da população mundial sofre de alguma incapacidade por doenças bucais, afetando 3,5 milhões de pessoas no mundo todo. a cárie é a doença mais prevalente entre todas as doenças existentes, afetando 2,5 bilhões de pessoas ao redor do mundo (Marcenes et al., 2013; Kassebaum et al., 2017). O impacto econômico direto e indireto combinado atinge 544,41 bilhões de dólares e estas estimativas continuarão a aumentar se a carga das doenças bucais não for adequadamente manejada (Righolt et al., 2015). Uma saúde bucal pobre afeta significantemente o bem-estar porque, se não tratadas, as doenças podem causar dor e infeção. Ainda mais, podem afetar a mastigação (Slade 2001; Masood et al, 2017), o que impacta na dieta, nutrição e crescimento das crianças (Sheiham, 2006). Afeta, ainda, a fala, o sorriso e o bem-estar psicológico das crianças (Slade 2001; Masood et al., 2017), afetando a família como um todo (Leal et al., 2012).
Prática: A equipe odontológica da AHI fará o levantamento das condições de saúde bucal das crianças e oferecerá tratamento odontológico na escola. Um dentista e um auxiliar de saúde bucal são necessários para executar esta ação. O modelo EPS da AHI oferece tratamento restaurador atraumático (intervenção restauradora mínima) para carie, adequação do meio e extrações de dentes com grande destruição por carie. O tratamento dentário deve ser ofertado preferencialmente no horário da aula. As crianças devem ser dispensadas de frequentar as aulas aos pares para receber tratamento odontológico, enquanto as outras crianças continuam frequentando as aulas. Supondo que 600 crianças em idade escolar estejam matriculadas no programa, e uma prevalência de cárie dentária não tratada em 60%, o número de crianças que necessitam de tratamento odontológico seria de aproximadamente 360. Supondo que levaria 15 minutos para realizar o tratamento em cada criança, o dentista e o auxiliar concluiriam essa tarefa em 90 horas. No pior cenário, de todas as 600 crianças necessitarem de tratamento odontológico, levaria 150 horas. No cenário extremamente desfavorável onde todas as crianças necessitam de tratamento, um dentista e um auxiliar de saúde bucal podem concluir esta tarefa em aproximadamente um mês.
11.2 Cuidados médicos
Objetivo: Visa melhorar a saúde geral por meio da oferta de serviço médico no serviço de saúde.
Justificativa: O modelo EPS da AHI foca em doenças comuns em comunidades carentes na idade infantil e de fácil prevenção. A vacinação é uma das intervenções de saúde pública mais eficazes para salvar vidas e promover a boa saúde e é recomendada pela OMS (http://www.who.int/topics/immunization/en/). A facilitação do acesso aos programas de vacinação assegurará que todas as crianças possam se beneficiar desta estratégia essencial de saúde pública. Da mesma forma, é importante fazer a detecção e intervenção precoce no cuidado de deficiências visuais e perdas auditivas e o encaminhamento para tratamento nas Unidades Básicas de Saúde de referência facilita o acesso a tratamento.
Prática: A equipe médica do AHI fará a triagem de saúde e avaliará as necessidades de tratamento, e encaminhará as crianças necessitadas de tratamento para as Unidades Básicas de Saúde. As crianças serão pesadas e medidas. Os pais responderão a um questionário de saúde de seus filhos e sobre hábitos da criança em relação à saúde. O cartão de vacinação será avaliado. Também será coletado amostras de fezes, que serão encaminhadas a laboratório de análises clínicas. A triagem de saúde inclui doenças infecciosas (questionários de triagem e análise de fezes), doenças de órgãos dos sentidos (testes de triagem para deficiências visuais e perdas auditivas) e obesidade. Os cuidados médicos incluem a organização de encaminhamentos para vacinação das crianças em idade escolar em falta com a imunização recomendada na localidade, e encaminhamento para tratamento de doenças identificadas pelo questionário de triagem de saúde e pelo exame de fezes. O modelo EPS da AHI trabalha em parceria com o setor local de atenção primária à saúde para executar esta atividade. Esta atividade escolar é realizada através do uso de computação. Após a triagem de saúde e a obtenção dos resultados do exame de fezes, os dados são inseridos em uma planilha e analisados. A seguir, é produzida uma lista que inclui todas as crianças identificadas com necessidade de vacinação e tratamento. Um programa de computador gerará cartas de referência usando um formulário modelo e o coordenador de atividades da escola encaminhará as cartas a uma unidade de saúde pública local. O coordenador desta atividade organizará e monitorará os encaminhamentos para tratamento e vacinação para garantir que as crianças recebam a imunização ou o tratamento necessário.
11.3 Cuidados de saúde mental
Objetivo: Visa melhorar a saúde mental por meio da oferta de atividades que promovam saúde mental.
Justificativa: O modelo EPS da AHI valoriza muito a saúde mental. Além da importância em desfrutar de uma boa saúde mental e bem-estar, saúde mental e um dos principais determinantes da adoção de hábitos saudáveis, saúde física e maior aprendizado entre as crianças da escola. Uma saúde mental pobre pode levar ao desinteresse pela vida e aprendizado, maus hábitos, violência e radicalização de crianças, o que impacta negativamente na saúde física. Uma boa saúde mental pode inspirar as crianças a serem determinadas e confiantes de que podem adotar uma vida saudável e ter sucesso na vida.
Prática: Os cuidados de saúde mental são fornecidos em duas etapas. Para crianças de 6 a 10 anos, o modelo EPS da AHI promove a saúde mental e bem-estar principalmente por meio da atividade educacional ensinamentos para a vida e atividades físicas. Além desses, os cuidados com a saúde e higiene podem contribuir para aumentar a autoestima. Na segunda etapa, o modelo EPS da AHI introduzirá aconselhamento profissional para aqueles que estejam enfrentando desafios que afetam a saúde mental. Sabe-se que as atividades físicas também promovem bem-estar e saúde mental, além da saúde física. Além disso, melhorar a higiene, a saúde bucal e geral pode melhorar a autoestima. Claramente, uma aparência saudável e corpo limpo, assim como roupas limpas, estão associadas a uma maior autoestima, porque aumentam a auto percepção como atraente e promovem a inclusão na sociedade. Há evidências de que a má saúde bucal afeta a fala, o sorriso, o humor e o bem-estar psicossocial.
Referências
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